O 5G será uma verdadeira revolução. Uma tecnologia que proporcionará conexões muito mais rápidas, cerca de 20 vezes maior que o atual 4G, além de ser um dos fatores essenciais para o avanço do IoT (Internet das Coisas), por exemplo, que irá possibilitar uma maior integração entre máquinas inteligentes como carros e casas. Apesar do grande debate a respeito do tema, a quinta geração de internet móvel ainda deixa algumas dúvidas. Entre elas, o fato de existirem dois tipos: o 5G e o 5G DSS, que, apesar de parecidos no nome, são bem diferentes.
O primeiro caso, que já está em funcionamento em países como Coréia do Sul, China e Estados Unidos, não pode ser considerado uma evolução do 4G, é uma tecnologia completamente nova e disruptiva. Sendo assim, demanda um grande investimento em novas frequências e equipamentos. Será necessária a criação de uma rede completamente diferente, do zero, para suportar essa tecnologia de uma forma eficiente. E será esse o padrão para a tecnologia no Brasil, segundo definições para o leilão, divulgadas este ano.
Já a tecnologia DSS, do inglês Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro, é bem distinta. Como o nome já diz, nesse caso, não é utilizada uma frequência nova, ela vai dividir a mesma banda com outra tecnologia, que seria o 4G. Assim, as empresas fazem um refarming, que é uma atualização de softwares, ajustes em configurações e equipamentos que já existem.
Há melhora na conexão dessa forma? Sim. As operadoras conseguem entregar mais velocidade e até latência (tempo de resposta) menor se comparada ao 4G. E esse serviço já existe no Brasil, apresentando bons resultados, segundo suas fornecedoras, com conexões até 12 vezes mais rápidas que a quarta geração. Um número bom para uma modelo que pode ser considerado uma prévia do que vem a seguir, mas não entrega a completa experiência do 5G.
O CEO da Megatelecom, Carlos Eduardo Sedeh, explica que para funcionar para valer, a nova geração precisa de uma frequência dedicada. “O DSS entrega, de fato, um serviço melhor que o 4G, mas é somente uma estratégia de marketing para introduzir o conceito no país”, diz. Claro que toda evolução em matéria de conexão como esta é bem-vinda, ainda mais em tempos em que a internet é tão importante, inclusive para o desenvolvimento de negócios. No entanto, a espera pelo 5G baseada em uma rede completamente nova e que promete uma experiência, também, inovadora continua. Está claro que valerá a pena.