
Conhecidos como ISPs, os provedores locais de internet são, há algum tempo, essenciais para a democratização e também ampliação do acesso à banda larga fixa no Brasil. Atualmente, esse tipo de conexão já tem uma participação de mais de 30% no mercado nacional. Isso, devido à sua penetração em municípios menores e até mesmo em áreas mais remotas, em que grandes empresas não chegam.
De acordo com o estudo divulgado pela Anatel – o Relatório de Acompanhamento do Setor de Telecomunicações, com os dados de 2011 até dezembro de 2020 –, as operadoras regionais, por exemplo, já ultrapassam em número de acessos as maiores operadoras em 19 das 27 unidades da Federação. Essas empresas menores somaram 14,2 milhões de acessos até dezembro de 2020.
A expansão, no entanto, não ocorre somente em locais rurais e mais afastados das metrópoles. Regiões dominadas por gigantes do setor de telecomunicações, como Sudeste, Sul e Centro-Oeste, também apresentam uma expansão de ISPs. Pequenos provedores foram responsáveis por 83% do total de novos usuários com acesso à internet na região que compreende São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
Um fator importante para isso, apontam especialistas, foi a simplificação dos processos de liberação de licenças e também de exigências de contrapartidas para prestação deste tipo de serviço, todas concedidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Além disso, dispor de uma infraestrutura também impulsiona as ISPs, que têm a participação crescendo, principalmente no que se refere à fibra óptica. Uma tecnologia que já faz parte do portfólio de 91% dessas empresas com acessos de banda larga fixa no Brasil, segundo pesquisa TIC Provedores, apresentada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de julho deste ano.
Esse êxito tem chamado muita atenção de fundos de investimentos, inclusive. Por isso, uma forte tendência são as fusões e aquisições, algo natural em mercados pulverizados e muito promissores, como é o caso.
E em momentos como o que o Brasil passa, ainda, devido à pandemia, a necessidade de banda larga cresceu. Seja para trabalhar, consumir ou se comunicar, uma conexão estável e rápida é necessidade real para pessoas e empresas. Neste cenário, os ISPs e empresas como a Megatelecom, que além de fornecer serviços ao cliente final, também tem sua banda larga revendida pelos provedores locais de internet, devem continuar crescendo. Afinal, ainda é muito espaço para ocupar se pensarmos que cerca 47 milhões de pessoas continuam desconectadas no país.